Do tempo de quando eu era criança
Já não mais anseio completar idade
Nos ralos cabelos grisalhos
Piso firme, na grama com orvalhos,
Encurto a vergonha, a liberdade
Passa a existir, a criança adormecida
Restabelece em meu frágil corpo
Pego o pião e a ponteira
Corro a rua chamando a molecada
Todos se envolvendo na brincadeira
Neles enxergo minha cópia xerocada.
Os pais observam a criançada
Os pais observam a criançada
Não há como controlar a avançada
Agitação. Um deles grita: Senhor!
Conte a gente o que é isso aí na mão?
Paro e observo em toda a direção
Mp3, celulares, tablets, videogames…
Eles brincavam. Pensei de ir embora
Não iam querer brincar de pião.
Mas, em cada um havia interesse
De saber sobre o objeto estranho,
Esqueci-me do agudo estresse.
Crianças, isso aqui é um pião!…
Pião! Como eu posso brincar com ele?
Pião! Como eu posso brincar com ele?
Fingir ter a mesma idade deles.
É só pegar este cordão, de nome ponteira,
Enrolar desse jeito… Agora me dê espaço
Movimento lento, eu levanto o braço
Lanço o pião. Gira, gira, gira, gira.
Um a um maravilhado, querendo mais.
O dia inteiro fui criança ensinando
A jogar pião. Não importa o tempo, jamais
Criança deixará de ser criança
Na realidade, outra vez estava sonhando,
Não importa idade, eu sou e serei sempre criança.
Escritor Samuel Tenório
Escritor Samuel Tenório
12 de outubro de 2016
Belas lembranças de um tempo inocente,puro e cristalino , onde brincávamos sem malícia e sendo realmente uma criança. Hoje a criança é um adulto em miniatura. Bela reflexão no seu poema. Lhe aplaudo.
ResponderExcluirObrigado Jaine Pereira por visitar o blog Margem Literária e por deixar este comentário tão relevante a respeito do poema, fico feliz que tenha gostado. Um abraço querida.
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