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domingo, 30 de julho de 2017

Poesia "A Seca"/ Samuel Tenório



Sou o poeta Samuel Tenório
Vou falar da seca do sertão
Que a sombra tudo o território
De norte a sul em toda a região.

A seca chegou para valer
Que nem deu para perceber,
Estudiosos comprovam na metodologia
Que é a pior dos últimos 40 anos com sua tecnologia.



Ossada há por toda a parte do terreno,
Isso por conta do gado morrendo.
Quem tinha criação para o leite tirar,
Nem isso pode mais, então o jeito é comprar.

O fazendeiro chora sem saber mais o que fazer,
Vendo de uma a uma suas criações morrer.
No secado falta espaço para os urubus,
São tantos que parece bandos de anus.

O cavalo estar parado,
A boiada praticamente morreu,
Nessa época estava tudo alagado
E havia pasto para o gado.

Pês de mandacarus
É a salvação para muitos criadores
Que o faz de ração,
Mas a procura é tanta que logo irá se esgotar.

A imagem do sertão muda a todo o momento,
Parece como um camaleão.
Nesse ano ainda não mudou,
Teve um afastamento
Da chuva para outra região.
           
Tem que chover logo para que possamos permanecer,
Esperamos com muita crença
Que logo veremos chover.

O agricultor não há como trabalhar,
A seca a cada dia mais lhe prejudica.
Como plantar milho
Para comer canjica.

As esperanças se renovam a cada dia.
Ao ver as nuvens no céu
Logo se enche de alegria
E tira o chapéu.
Esperando que Deus faça chover
Acabando o sofrer.

Pega a enxada para preparar a terra
E a semente para plantar,
Essa é à força do homem sertanejo
Que planta sem ver a chuva cair
Do céu, sabendo que vão festejar.



Se a seca demorar a acabar
Juntarei as troçadas
E mudarei para outro lugar,
Não há mais como aguentar.

O sabiá parou de cantar 
Vejo só gente reclamar,
Mas pouco tira um tempo
Para rezar.

Peço a Deus da forma mais gentil,
Que com os seus poderes
Faça chover em todo Brasil.

Escritor e poeta: Samuel Tenório
[09-01-12]


quarta-feira, 26 de julho de 2017

Poesia - Eu Estou Cansada! Não Sou Culpada/ Samuel Tenório



poesia que retrata o sentimento da mulher que antes se sentia inferiorizada diante da sociedade.

Não posso mais suportar o sofrimento que transparece da vida,
aliás, da vida não, da trombose de boa parte
dos homens, que nos julgam culpadas.
Culpam-nos das perdas, das amarguras, das desilusões, das desvantagens.
Por que somos culpadas? Unicamente, por sermos mulheres.
As mulheres são maldição, pecado, dor, morte…
Você mulher igual a mim não se renegue, penso, peço, poço;
ser mulher.
Eu e você é a Maria, a Mara, a Madalena e todas nós somos
mulheres.
Do muito se tem o nada.
Medo faz parte do viver o humano, ria mil risos, mas, não chores;
uma força maior mistifica-se em outra,
de novo a mesma situação não é abolida.

Eu estou cansada!
Cansada de ser o mal, a desgraça, a tristeza...
O jardim chora sobre o meu olho,
fico turva e injuriada, paço mais um passo pra trás.
Chega! Não suporto mais, tomo a rédea do mundo
em minhas mãos macias feito prumas amontoadas.
Dou-me o direito de escrever a própria história
Infelizmente, ainda não posso da vida completa, a prematura vitória.

Escritor Samuel Tenório
10 de agosto de 2016
#escritorsamueltenorio
https://www.facebook.com/escritorsamueltenorio
Livro poesia de uma página no Wattpad: https://goo.gl/JcJI79


terça-feira, 25 de julho de 2017

Poesia - Dia Dos Pais/ Giuseppe Ghiaroni



Meu pai está tão velhinho,
tem a mão branca e comprida,
parecendo a sua vida,
longa vida que se esvai.

E eu o lembro quando moço
de uma atlética altivez.
Ah! Tinha força por três!
Você se lembra, papai?

Quando menino, ouvia dizer
que você era um gigante.
Eu ficava radiante
e também me agigantava.



Porque toda madrugada,
eu quentinho do agasalho,
ao sair para o trabalho
o gigante me beijava.

Sua grande mão de ferro
parecia leve, leve
naquela carícia breve
que da memória não sai.

Depois… um beijo em mamãe
e o meu gigante partia.
E a casa toda tremia
com os passos de papai.

Mas agora o seu retrato
muito moço, muito antigo,
se parece mais comigo
do que mesmo com você.

Você já lembra vovô
e, à medida que envelhece,
papai, você se parece
com mamãe, não sei por quê.

Você se lembra, papai?
Quando mamãe, de repente,
caiu de cama, doente,
era o pai quem cozinhava.

Tão grande e desajeitado
a varrer… Quando eu o via
de avental, papai, eu ria;
eu ria e mamãe chorava.

Eu quis deixar o ginásio
para ganhar ordenado,
ajudar meu pai cansado,
mas tal não aconteceu.

Papai disse estas palavras:
Sou um operário obscuro,
mas você terá futuro,
será melhor do que eu.

Eu? Melhor que este velhinho
a quem devo o pão e o estudo?
Que é pobre porque deu tudo
à Família, à Pátria, à Fé?

Meu pai, com todo o diploma,
com toda a universidade,
quisera eu ser a metade
daquilo que você é.



E quero que você saiba
que, entre amigos, conversando,
meu assunto vai girando
e no seu nome recai.

Da sua força, coragem,
bondade eu conto uma história.
Todos vêem que a minha glória
é ser filho de meu pai.

“Um dia eu fui tomar banho
no rio que estava cheio.
Quando a correnteza veio,
vi a morte aparecer.

Papai saltou dentro d’água
nadando mais do que um peixe,
salvou-me e disse: Não deixe!
Não deixe mamãe saber!”.

Assim foi meu pai, o forte
que respeitava a fraqueza.
Nunca humilhou a pobreza,
nunca a riqueza o humilhou.

Estava bem com os homens
e com Deus estava bem.
Nunca fez mal a ninguém
e o que sofreu perdoou.

Perdoa então se lhe falo
Daquilo que não se esquece.
E a minha voz estremece
e há uma lágrima que cai.

Hoje sou eu o gigante
e você é pequenino.
Hoje sou eu que me inclino.
Papai… a bênção, papai.

Poesia - Dia Dos Pais/ Giuseppe Ghiaroni




domingo, 23 de julho de 2017

Soneto Do Amor Total/ Vinicius De Moraes



Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente.
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.



Soneto Do Amor Total/ Vinicius De Moraes



sábado, 15 de julho de 2017

Poesia - Saber viver/ Cora Coralina



Não sei... se a vida é curta
ou longa demais para nós,
mas, sei que nada
do que vivemos tem sentido,
se não tocamos o coração das pessoas.


Muitas vezes basta ser:
o colo que acolhe,
o braço que envolve,
a palavra que conforta,
o silêncio que respeita,
a alegria que contagia,
a lágrima que corre,
o olhar que acaricia,
o desejo que sacia,
o amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela não
seja nem curta, nem longa demais,
mas que seja intensa, verdadeira,
pura enquanto ela durar...




Poesia - Saber viver de Cora Coralina


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