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domingo, 27 de agosto de 2017

Poesia - Tempo De Criança/ Samuel Tenório



Começo!
Era a única palavra
Que me vinha na mente
Apenas palavra: começo, começo, começo…
Parei, não quis mais prosseguir,
Ressorvi andar um pouco na rua.

Sentei numa praça,
Uma cena me chamou atenção
Vários meninos brincavam
De Bila, futebol, corrida, pião.



O que me chamou mais atenção
Além da bela brincadeira,
Era um garoto, ele se destacava
De todos ali presentes.
Ele! tinha algo especial,
E ele não se fazia diferença
Por estar com roupas melhores.

Sem ter o que dizer
Apenas brincar, ser feliz, se divertir.
No instante, um deles cai ao chão.
Arrodeavam e outros vinham
Correndo em direção.
Notei que o garoto
Bem vestido ficou lá
De longe, apenas olhando.
Se tinha um ar de diversão maior.
Passei assistir eles.

Naquele instante,
O único propósito deles
Era a diversão e gritavam,
Chamando a todos ali presentes.
E todos se divertiam, na maior alegria;
Não se via um só
Que não estivesse plenamente feliz:
Com a pele crestada do sol,
Unhas arrancadas, cabelo despenteado.
Mas, nada daquilo tinha importância,
Pois, todos eram crianças.

Não viram os demais
Com caução rasgado, sem camisa,
Cabelo despenteado,
Possivelmente com piolhos
Devido a constante coceira.

Só queria brincar…
Está ali presente
Com os seus amigos
Numa diversão contínua,
Consciência, não se dar valor a tal
Dos que muitos julgam
Como a melhor, a aparência.


Escritor e poeta: Samuel Tenório
21 de dezembro de 2016



sábado, 26 de agosto de 2017

Soneto Da Perdição/ Samuel Tenório

A imagem pode conter: oceano, céu, crepúsculo, natureza, atividades ao ar livre e água

Os espaços se revelam no ar
Ouço sob a blusa os sons do coração
Da jovem, nasce uma íntima paixão
Invade-me anseio de ti beijar.

Inocência do meu desejo oculto
Você se esquece, da nossa vivência
Estreitamente, lembro na eloquência
A desfeita, a todo o momento me assusto.

Queria você ao entardecer
Fazer jura do meu brioso amor
Admirar a luz se esvaindo do sol.

Mas, eu desfaço a intensa dor
Vejo que quando desperto a cada crisol
Não ti vejo, esse é o meu sofrer.

Escritor Samuel Tenório
25 de junho de 2016


segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Poesia- Roberto Gómez Bolaños

Poesia em homenagem a Roberto Gómez Bolaños

O mundo hoje despede
De um herói latino americano,
Roberto Gómez Bolaños.
Ele foi mexicano
Formado em engenharia elétrica
Mas nunca exerceu,
Por vontade escolheu
Ser comediante, dramaturgo, ator, 
Compositor e também escritor.

Muitos foram seus personagens
Com facetas e imagens 
Conquistou o mundo 
Um deles foi o Chaves.
Anti-herói atrapalhado
Dizimava as coisas ruins
Este é o Chapolin;
Suspeitei desde o princípio,
Era o jeito de particípio.



Crianças, jovens e adultos,
Na telinha da TV.
Todos unidos pra ver 
A vila do garoto Chaves.
Menino de oito anos
Possuidor de uma inteligência 
Pouco incomum.

Apesar da pouca idade 
Ninguém tinha paciência 
Das brincadeiras sem maldade
Mas, todos gostavam 
Do garoto Chaves.
Com suas atrapalhadas 
Dizia com exaltação,
Foi sem querer querendo.

Já chegou o disco voador!
Seu Madruga corre
Para o banheiro
Com jeito faceiro
Esconde do Seu Barriga
Pra não pagar o aluguel
Chaves com o vocábulo fiel 
Quer mesmo assistir 
O filme do Pelé.

Veja como é, 
Uma história engraçada 
Que encanta todos os públicos 
De geração a geração.
É com muita emoção
Que estou escrevendo
Este poema, alto feito
Um grito, eu digo:
Viva ao Chespirito.

Escritor e poeta: Samuel Tenório
30 de novembro de 2014


Poema: A Loira/ Samuel Tenório









Poema: A Loira/ Samuel Tenório

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Poesia - Ela É Demais!!! Samuel Tenório

Uma bela poesia sobre a beleza da borboleta.

Ela vem levemente,
Vestidas por reluzentes cores
Exalando um perfume natural
Numa mais perfeita doçura
Seduz há todos os homens
Revigora a nossa formosura
Extinguindo quaisquer rigores
Um estado de finita paz
Ao encontro do mundo real
Damo-nos conta da paixão.

Ah! Todos nos encantamos
Da garrida beleza e excitamos!
Os olhos não piscam
Pôr alguns segundos
Embebidos da finita beleza
Vai passando uma leveza
Apreciamos as salientes curvas
Levam-nos a um estado de reserva
Aos resquícios da areia da ampulheta
Despedimos com desvelo
Da surpreendente BORBOLETA.

Escritor Samuel Tenório
28 de setembro de 2016
#escritorsamueltenorio
https://www.facebook.com/escritorsamueltenorio


sábado, 5 de agosto de 2017

Poesia - A Liberdade Não Conquistada (A Abolição Da Escravidão No Brasil...



Nas brandas labaredas do candeeiro
Molho a pena de ganso no tinteiro
Para documentar a minha história.
Duro aos 73 anos de idade e revivo
Tudo a minha existência de cativo
Nesta sociedade contraditória.

Sou filho das terras quentes da Líbia…
Ao fazer 18 anos de idade, cabia
Unicamente a me, guiar a aldeia.
O meu pai, nos deixou a real lição,
Conter em mente a honrada missão
De proteger um simples grão de areia.



No cingir da noite de festividade,
Escuto o latir de ferocidade
De um cão… depois um afônico grito:
— Negrada! A festa vai começar,
Eeei, não adianta alvoraçar,
É melhor não arranjarem nenhum atrito.

— Hum! Foi muito, muito desafiador
Chegar aqui. Cansei do calor…
Graça ajuda desse negro valente.
De cabeça baixa e caminhar lento,
Tranquilizou a mão em meu peito: eu lamento,
Sou um homem sem coragem e indigente. 

— Ingmar, não é preciso se desculpar.
Como você conseguiu escapar?
Por inteiro, o teu corpo ensanguentado…
Lamento ter no mundo tanta maldade
A cobiça nos priva a liberdade.
Não dar para viver amedrontado.

— Cale boca, findou a vida de guerreiro…
São mercadorias que vale dinheiro
Os Bantos gloriosos e valentes,
Na terra nova, serão escravos fortes
A trabalhar para dar suportes…
Negro manso pegue essas correntes.

— Não, não vou acorrentar a minha gente.
— Olhe pra o Ingmar, não foi suficiente?
Ergueu o braço direito, o capanga atira.
Escuto o peso do corpo cai no chão,
Mãe corre, para acudir o meu irmão.
Com dores aguçadas, suspira.




— Mamãe! O coração parou... Chorando,
Abraça forte o cadáver lavrando
Sangue. — Não, eu sou o culpado da desgraça.
— Ingmar, não é culpa sua, a raiva aguça,
— Acabou heroísmo, chega de bagunça.
Pegue as correntes, negro boa raça.

— As negras, comecem a se despir,
Hoje promete, vamos nos divertir,
Reservo a mamãe só para mim.
No estremecer do corpo, resguardei
A fúria, a favor da missão que herdei
Proteger o povo não importa o fim.

Partimos durante a madrugada…
No fim do dia, água de beber negada.
O choro oculto de dor e dó,
Das frágeis crianças em penitência
Cruel. Peço perante elas clemência
Em 1831 aprovam a Lei Feijó…

Crueldade segue, não querem saber
Admito existir “Lei Para Inglês Ver”
Afinando que somos libertos
É a “Lei Bill Aberdeen”, aprovada
No ano 1985, permitindo que invada
Os navios, como ato de manifestos.

Essas duas leis em pouco resultou...
Nada alterou o tráfico que continuou.
— Negrada, fique esperta para saber
O que é a vida de escravo e refaço,
Vocês valem a força que tem no braço
Lealdade resulta, em não sofrer.

Ao chegar ao navio, fiquei a escutar
A conversa que ocorria no alto-mar
Basta pagar uma pequena quantia
O navio é liberado sem restrição.
O meu povo é ouro para ambição
Do mercado, que não existe garantia.

A fome, dor, medo eu não mais sentia
O lamentar dos irmãos eu ouvia,
Calado pelo bater das ondas do mar.
Os resistentes foram jogados
No bravio mar, morrem afogados,
Devorados, poucos irão suportar.

Os dias já não eram mais contados…
De corrente estávamos amarrados
Por fim, no Brasil, a desembarcar,
Um e um averiguado e somado.
Os compradores estavam arranjados
— 330 negros a se pagar.

Éramos 375  Bantos, fome, agressão,
Escorbuto, diarreia, levou a extinção
De 45 irmãos… ainda minha família.
Foi separada, mamãe ficou comigo.
Estar longe de nossa terra é o maior castigo,
Sem pena o branco nos homília.

Capitania de Pernambuco foi o meu destino…
Trabalhei muito no solo nordestino
Com a cana-de-açúcar e o café,
Foi forçado a dar chibatada
Cortei pele de africanos com enxada,
Mas, ainda permanecia a fé.


Um dia teria a chance de mudança
Para todos africanos. Na andança
Da vida; os meus filhos bravos
Lutaram na Guerra do Paraguai. Voltaram
Condecorados e adotaram
Meios para não serem mais escravos.

Em 28 de setembro de 1871 aprovaram
A Lei do Ventre Livre, libertaram
Filhos de escravos nascido no Brasil
Mas, eram obrigados a trabalhar
Todo o período jovial da vida e dar
Apreços ao senhor de jeito gentil.

Para matar os velhos improdutivos
A Lei dos Sexagenários, de modo criativo
O escravo a cima de 60 anos libertado,
Aonde poucos chegavam tal idade
Parece uma piada, agradeça a liberdade
Depois de anos sendo maltratado.

Poucos são que lutaram por nossa liberdade,
No Brasil:  Eusébio de Queirós, finidade
Da lei n° 581, setembro de 1850.
Nabuco de Araújo, Joaquim Nabuco,
José do Patrocínio, de outros coutos:
José Bonifácio, Visconde do Rio Branco.

Miguel Lemos, Castro Alves,
Luís Gama, este nome lindo e suave,
Princesa Isabel, que em 3 de maio
De 1888, assinou a leia Áurea. Liberdade!
Em tese foi isso, mas a verdade
Ficamos jogados nas ruas, um ensaio:

Sem dinheiro, sem terras, analfabetos,
Não garantiram nada aos libertos.
Enquanto os senhores receberam dinheiro
Do Rei, sou guerreiro aprendi a escrever
No experimento de sobreviver
Minha história, meus cinco filhos, os herdeiros…

Escritor e poeta Samuel Tenório

08, 12 e 13 de julho de 2017


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