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domingo, 28 de maio de 2017

Poesia - Para Sempre/ Carlos Drummond De Andrade
















Por que Deus permite
que as mãe vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra

- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.



CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE




sexta-feira, 26 de maio de 2017

Poesia - Canção De Outono/ Cecília Meireles
















Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?

E não pude levantá-la!

Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando aqueles
que não se levantarão...

Tu és folha de outono

voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
E vou por este caminho,
certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...



Poetisa Cecília Meireles




quinta-feira, 25 de maio de 2017

Soneto - O Voar Das Garças/ Samuel Tenório


Resto da finita e sóbria memória
O passado pulsando nas artérias
Mundo a invalidares de misérias
Onde está! A vigorosa abrupta glória?

Vastas derrotas e rara vitória…
Sinais expostos da velha matéria,
Roídas suavemente por bactéria.
Faço tudo a não apagasse a história.

Admirei o último voar das garças,
Os dias, não são mais motivadores;
Contentei-me com as tangíveis marcas.

Abraço com afoito aos meus louvores
Esqueço o dito e não olharei a desgraça,
Sobra o alívio das mansas dores.

Escritor e poeta: Samuel Tenório
06 de agosto de 2016


sábado, 20 de maio de 2017

Poesia - O Sonho/ Clarice Lispector


Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.



Poetisa Clarice Lispect
or




Poesia - O Tempo/ Mário Quintana


A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.




Poeta Mário Quintana




domingo, 14 de maio de 2017

Poesia - Dia Das Mães/ Giuseppe Ghiaroni



Mãe! eu volto a te ver na antiga sala
onde uma noite te deixei sem fala
dizendo adeus como quem vai morrer.
E me viste sumir pela neblina,
porque a sina das mães é esta sina:
amar, cuidar, criar, depois... perder.

Perder o filho é como achar a morte.
Perder o filho quando, grande e forte,
já podia ampará-la e compensá-la.
Mas nesse instante uma mulher bonita,
sorrindo, o rouba, e a avelha mãe aflita
ainda se volta para abençoá-la

Assim parti, e nos abençoaste.
Fui esquecer o bem que me ensinaste,
fui para o mundo me deseducar.
E tu ficaste num silêncio frio,
olhando o leito que eu deixei vazio,
cantando uma cantiga de ninar.


Hoje volto coberto de poeira
e ten encontro quietinha na cadeira,
a cabeça pendida sobre o peito.
Quero beijar-te a fronte, e não me atrevo.
Quero acordar-te, mas não sei se devo,
não sinto que me caiba este direito.

O direito de dar-te este desgosto,
de te mostrar nas rugas do meu rosto
toda a miséria que me aconteceu.
E quando vires e expressão horrível
da minha máscara irreconhecível,
minha voz rouca murmurar:''Sou eu!"

Eu bebi na taberna dos cretinos,
eu brandi o punhal dos assassinos,
eu andei pelo braço dos canalhas.
Eu fui jogral em todas as comédias,
eu fui vilão em todas as tragédias,
eu fui covarde em todas as batalhas.

Eu te esqueci: as mães são esquecidas.
Vivi a vida, vivi muitas vidas,
e só agora, quando chego ao fim,
traído pela última esperança,
e só agora quando a dor me alcança
lembro quem nunca se esqueceu de mim. 


Não! Eu devo voltar, ser esquecido.
Mas que foi? De repente ouço um ruído;
a cadeira rangeu; é tarde agora!
Minha mãe se levanta abrindo os braços
e, me envolvendo num milhão de abraços,
rendendo graças, diz:"Meu filho!", e chora.

E chora e treme como fala e ri,
e parece que Deus entrou aqui,
em vez de o último dos condenados.
E o seu pranto rolando em minha face
quase é como se o Céu me perdoasse,
me limpasse de todos os pecados.

Mãe! Nos teus braços eu me transfiguro.
Lembro que fui criança, que fui puro.
Sim, tenho mãe! E esta ventura é tanta
que eu compreendo o que significa:
o filho é pobre, mas a mãe é rica!
O filho é homem, mas a mãe é santa!

Santa que eu fiz envelhecer sofrendo,
mas que me beija como agradecendo
toda a dor que por mim lhe foi causada.
Dos mundos onde andei nada te trouxe,
mas tu me olhas num olhar tão doce
que , nada tendo, não te falta nada.

Dia das Mães! É o dia da bondade
maior que todo o mal da humanidade
purificada num amor fecundo.
Por mais que o homem seja um mesquinho,
enquanto a Mãe cantar junto a um bercinho
cantará a esperança para o mundo!




Poeta: Giuseppe Ghiaroni


sexta-feira, 12 de maio de 2017

Poesia - Herdeiro Da Saudade/ Samuel Tenório


Tudo na vida é válido
Quando se foi bem vivido
Ficamos de certo modo comovidos
Jamais o passado é abolido,
Esta é a prova que acabou
De tristeza ou felicidade
Resta em nós a saudade.

Um ciclo ou ciclos já se findou
De tudo um pouco se herdou
Na beleza da pura existência
Nenhuma das ciências
Atinará o que você sentiu
Somos únicos no universo
Faltará verdade em teu confesso.

Ao ver o mais surtiu
Então, em ti emitiu
Uma verdade da saudade
Revelando a infinidade,
Provando que você existiu
Tudo é uma estação
Embalado pelo coração.

Na hora que partiu
Pra o que se desistiu
Não demostra fraqueza
E sim, verdadeira esperteza
Que merece ser revisto,
Idealiza mais uma vez
Fugindo do agoniante talvez.

O meu e teu passado não é visto
Mas, com todo certeza listo
Que a todo instante somos julgados
Por aqueles que são empolgados
De tudo que nos vivemos
Que transfigura nossa idade
Tu e eu, herdeiro da saudade.

Escritor Samuel Tenório
19 de julho de 2016



sábado, 6 de maio de 2017

Poesia - Não É Apenas Um Desejo/ Samuel Tenório



Ela estar longe de mim
Tudo hoje é uma fração do fim
Apesar do meu doente desespero
Tenho uma incoercível felicidade
Facúndia o amor vive estável
Sigo acreditando no inevitável
Que tudo será apenas efêmero.

Numa voz rouca e descontínua
Preciso me expressar pra você
Cálculo os finitos dias em ti ver
Na sobra do tédio espero mais,
Espetáculo da estigmada vida
Em meu íntimo doente o jamais
Há tempos deixou de existir.

Muito me aconselha a desistir
De você, tão distante de mim
Fisicamente, mas, não escuto
Pois a tenho nos pensamentos
Todos os dias eu usufruto
Alegria impossível, e a tristeza
Recai no abismo profundo.

Dos mares descontínuos
A maré ganha nova fisionomia
No descansar de mais um dia
Forte acusado passa a ingênuo
Decompõe em um novo ser
Acredito, não é apenas um desejo
Por isso que nunca fraquejo.

Águas dos mares se renovam
Espetáculo tangido da natureza
Descobrimos o que comprovam
A indignação por descuido
O mais majestoso da pureza
Revela que juntos viveremos
… é o que sempre queremos.

Escritor e poeta: Samuel Tenório
26 de julho de 2016






quarta-feira, 3 de maio de 2017

Poesia A Água Fonte Da Vida/ Samuel Tenório


Será que isso realmente acontece???


A água fonte da vida
Uma bênção de Jesus
Deriva da nascente
Corre e Conduz
Ao longo dos rios,
Água é essencial
Pra sobrevivência
Tem que ter consciência
Que não é inesgotável
Não vamos ser radical.



Não deixar a poluição
Contaminar os rios
Frear a destruição
Das matas campais
São muitos os sinais
Que a água pode acabar
Não é água do mar
E sim, a potável,
Vamos ser mais amável
Com a natureza.

É uma tristeza
Do canto do coração
Ver um rio
Tomado da poluição
Antes berço da vida
A água poluída
Perde a procriação
Somente o humano
Tem em si o poder
Para a salvação.

Enquanto água existir
A vida prevalecerá
Com muita emergia
Os seres viverão
Em plena alegria
A água que mata sede
Renova o verde
Sabiá convida
Ao nascer da aurora
A água fonte da vida.

Juntamos as forças
A salvar as nascentes
Ao ver um rio poluído
Seja o mais paciente
Explique e convide
Água é fonte da vida
Pra todo ser vivente
Boa informação
Para população
Forma o futuro da geração.

Veja também esta matéria:  http://goo.gl/JzKCFb
Escritor Samuel Tenório
18 de agosto de 2014 em Iati-PE


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